Rotina Londrina

Já estou há mais de seis meses vivendo em Londres. Por vezes me perguntam como é a vida por aqui (mentira, ninguém pergunta nada; Mas eu quero dizer mesmo assim). Fui reportando então, de forma detalhada, como é a rotina na divertida capital inglesa.

Meu dia útil começa por volta das 7h15, quando o despertador de meu telemóvel toca pela primeira vez. Eu o desligo. Ele volta a tocar algumas vezes e eu acabo levantando da cama entre em algum período compreendido entre 7h30 e 9h.

Meu humilde quarto fica no segundo andar (ou terceiro, se você desconsiderar a existência do térreo) de uma agradável residência em Hackney (zona 2), a norte do centro de Londres. É dividido com alguns italianos e espanhóis – eu não era muito próximo deles no começo, mas depois de duas garrafas de vodka, fiquei amigo do pessoal. Todos eles estão em Londres para aprender inglês, mas não falam nem “The book is on the table” – exceção do italiano que ocupa o quarto ao lado do meu, e é crupiê do maior cassino da Inglaterra -, então nos comunicamos com uma espécie de “espanhaliano”.

Meu quarto em Londres
The mess is on the bed

Meu quarto: Em uma parede, o mapa europeu me ajuda a lembrar aonde estou nas manhãs de ressaca. A nobre flâmula nacional jaz fixa defronte, para lembrar-me daonde eu sou e para assustar os vizinhos e companheiros de casa.

Eurotrip pelos Estados Unidos

Continuação direta dos meus primeiros dias em Londres

Mesmo sendo um emprego que não me agradava, a segurança de um trabalho me deu a tranqüilidade e o dinheiro suficiente para procurar calmamente por outro. Sem contar que era muito fácil não fazer nada naquele emprego – até mesmo porque eles não me davam tarefa nenhuma. Eu nem precisava ficar jogando poker online o dia inteiro com a justificativa de estar testando o sistema.

Paralelamente ao trabalho, inciei diversos processos seletivos. Um deles envolveu várias etapas, culminando com um dia final contendo um rodízio de entrevistas, das 10h às 17h. O processo seletivo, porém se mostrou extremamente ineficiente, uma vez que eles chegaram à conclusão de me contratar.

Já que eu me considerava um inútil naquela empresa, abandonei meu emprego no site de pôker antes de terminar meu aviso-prévio (o que eles poderiam fazer? me demitir?). Na minha última semana de trabalho, havia recebido uma ligação do meu futuro/atual emprego perguntando se eu podia ir para os Estados Unidos fazer parte de um treinamento. Era uma quinta-feira quando eles me ligaram. Naquele domingo, 11 de dezembro, eu estava partindo para os Estados Unidos, para passar uma semana em Indianápolis e uma em Raleigh.

Tio Dino
Tio Dino

Primeiros dias em Londres

Parlamento
O Big Ben está começando a entortar porque o parlamento é, na verdade, feito de cortiça...

Foram seis divertidos meses que eu passei em Portugal. Quando eu parti da península Ibérica, no começo de setembro, com a idéia de fazer um mochilão pela Europa com amigos, eu já não tinha pretensão nenhuma de voltar. Assim, eu adquiri um problema: eu ia terminar a viagem em algum lugar aleatório e terrivelmente longe de onde ela começou. E, sendo uma viagem com gente jovem, forte e maluca, não fazia sentido carregar mais pertences do que aquilo que coubesse em meu mochilão de viagem. Então, coloquei em minha outra mala todos os pertences que eu achei que não precisaria (calças de neve, grossas blusas de frio, uma tablet de desenho, tomadas extras para o falecido macbook, alguns livros que eu ainda não li e quase todas as roupas sociais que eu tinha, exceto por uma camisa que deixei na mochila para se surgisse uma oportunidade de emprego no meio da viagem), com os planos de despachar essa mala para algum lugar que fosse mais próximo do meu futuro desconhecido destino.

Entre as alternativas que eu tinha, envolviam uma tia em Paris, um amigo na Bélgica e um amigo na República Tcheca. Meus planos eram mais obscuros do que programação do SBT, mas eu tinha uma forte propensão para ir à capital francesa com o objetivo de aprender francês e comer baguete. Lá se foi então minha mala conhecer a França. E lá fui eu conhecer o resto da Europa…

Então, Londres

O relógio da torre marcava 5h40 quando eu saí da casa de meus tios em Hengelo, na Holanda. Era uma segunda-feira, 10 de outubro de 2011 e eu estava cansado. Nos trinta dias que se passaram desde minha partida de Portugal, eu havia visitado cinco países e uma oktoberfest com três grandes amigos que vieram do Brasil (Andrey, Gabi e Ormeni, SEUS LINDOS!), numa eurotrip mais divertida do que falar mal de ex. Quatro dias antes eu tinha me despedido deles em Amsterdam e, sem outro destino, parti em direção à casa de meus tios, que estavam se mudando na altura para a Holanda para viver lá a trabalho por um tempo.

Torre de Hengelo
A torre de Hengelo

Estava realmente muito frio. Uma garoa fina caía, mas eu não achei que fosse o suficiente para abrir meu recém adquirido guarda-chuva. Havia comprado-o um dia antes: eu sabia que ir para Londres sem guarda-chuva é como ir para o Rio de Janeiro sem seguro de vida. Além de minha ferramenta proteccional contra água caída do céu, eu usava duas camisas, uma calça jeans absolutamente nova (uma vez que minha velha calça havia cedido por completo ao furo que já tomava conta da região glútea) e o mesmo par de botas e a mesmíssima blusa que eu usava quando cheguei em Lisboa, exatos sete meses antes.

St. Patrick’s Day em Dublin – Parte 2

Este texto é a segunda e última parte de uma história que começou aqui.
Se você não lembra do começo, vai lá ler. Se você não lembra do começo e nem do fim, então você deve estar tão bem quanto eu no dia seguinte.

O feriado de St. Patrick’s é uma festa religiosa (tal como o Carnaval). St Patrick’s foi o maluco que começou a evangelizar os irlandeses. E ele usava o trevo de três folhas para explicar a doutrina da santíssima trindade – um método que me parece bem embriagado de se catequisar alguém.

Guinness Storehouse
O paraíso é ali...

St. Patrick’s Day em Dublin – Parte 1

Dublin
Dublin

Eu comprei minha ida a Dublin pro St. Patrick’s completamente por impulso – custou 55€. Uma semana depois eu fui reservar hostel e aí vi que todos os hostels já estavam reservados. Legal, hein.

Foi a Rê (oi, Rê!) e a Thati (oi, Thati!) que me lembraram do Igor, que fora barman do The Clock e que estava morando por lá. Eu, como um bom cara-de-pau sem um teto para dormir, entrei em contato com ele pra me abrigar, o que ele me forneceu com muito amor e carinho. (ui)

E numa terça à noite peguei um ônibus até Faro (que é de onde saía o avião) e depois caminhei por mais 6km até o aeroporto, passando por caminhos desertos, trilhos de trem tenebrosos e casas mal-assombradas por cachorros que se irritavam com uma presença humana próxima. Também choveu um pouco no meio do caminho, mas minha situação estava tão ruim que eu nem percebi. Cheguei no aeroporto deserto à 1h da manhã, procurei a cadeira de ferro mais confortável e dormi. Dormir em aeroportos na Europa é, aliás, uma prática muito comum e até mesmo incentivada. Economiza-se dinheiro que pode ser pago em sessões de RPG para correção de sua coluna vertebral posteriormente.

Chegando na Irlanda…

O Igor trabalha como cheff de um restaurante lá. Quando eu cheguei, na quarta-feira de manhã, um dia antes do St. Patrick’s Day, ele ainda não estava, então eu fui fazer um City Tour (em diversas cidades da Europa há empresas que fornecem city tours gratuitos) e depois voltei ao restaurante. E, lá de volta, o agradável recepcionista me disse que o Igor não estaria trabalhando naquele dia. Legal.

Ciudad de Mexico: A Zona Leste do mundo

No meu regresso da Califórnia em novembro, peguei um vôo que fazia escala na Ciudad de Mexico. Aproveitando-me das maravilhas oferecidas pela não necessidade de visto devido ao fato de portar um passaporte de origem européia, resolvi conhecer as nobres terras mexicanas.

Merda!

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Nobre flâmula mexicana

Já ouvi relatos bem desagradáveis sobre a capital mexicana. É bem pior do que parece, entretanto. Pra começar, logo que cheguei comecei a me sentir muito mal por não ter um bigode. Se até as mulheres têm, é porque eles devem considerar algo realmente importante. Depois dessa viagem, tenho até a impressão de que os mexicanos só deixam o bigode crescer para ficarem mais parecidos com a mãe.

Conhecendo assim o povo mexicano, finalmente entendi porquê a tequila é tão forte. É uma questão de procriação da espécie. Só mesmo com muita tequila os mexicanos conseguem manter alguma relação entre eles.

A fina arte do Carnaval em Salvador

O Carnaval em Salvador é a maior festa popular do mundo, recebendo milhões de pessoas. Fui até lá este ano só para pode falar mal melhor, com mais autoridade.

Onde está Wally?
Onde está Wally?

Alguns fatos prévios: A Bahia é quente, muito quente. Parece que há um Sol para cada cantor de axé. Eu ainda não fui para o inferno, mas pelos relatos que eu ouvi, lá deve ser um pouco mais fresco que a Bahia. É o lugar onde os dragões bebem água – mas isso também deve ser por causa daquela pimenta absurda. E também é bom destacar a falta de veracidade daquele mito que o baiano é um povo folgado. Na verdade é que eles ficam o ano todo poupando energia para o Carnaval – e, acredite, eles precisam. A festa parece interminável…

Por “festa” considere “seguir um caminhão tocando música ruim num volume colossal enquanto se espreme feito um paulistano num ônibus matutino”. A música é um detalhe peculiar, e não é só pelo fato de que você ouve os piores sucessos do ano antes de todo mundo. Estou certo que se estivesse tocando valsa ou se alguém ligasse um liquidificador, todo mundo pularia do mesmo jeito… Mas não! Eles cantam uma única frase repetidamente em um ritmo mais grudento do que paçoca com água e que certamente ficará ocupando um pedaço precioso dos seus pensamentos por alguns meses.

Chiclete com banana, por exemplo… Possuem as letras de músicas mais arrogantemente narcisistas que eu já vi. Todas as músicas falam das maravilhas de ser chicleteiro, de como eu sou chicleteiro e ela também, das propriedades colantes de um chiclete quando entra em contato com as cavidades auditivas, de como se você fizer investimentos em chicletes e não fizer investimentos em banana você não vai obter lucros (muito pelo contrário)…

New Zealand (lovely) Wildlife

Ainda sobre a vida selvagem neo-zeolandesa…

kiwis' love
O amor é cego mesmo...

Colorizado em Photoshop.
Usei para treinar algumas técnicas de colorização…

New Zealand Wild Life

Vou tentar ser bem mais conciso do que meu péssimo desempenho no enfadonho texto falando da vida selvagem australiana

Assim como a Austrália é a terra dos cangurus, a Nova Zelândia é a terra dos kiwis. Até mesmo os próprios neo-zeolandeses são conhecidos como “kiwis” pelos seus colegas australianos. E isso não deve ser por causa daquela piada deles serem peludos por fora e fruta por dentro. O fato é que a Nova Zelândia é o único lugar do mundo onde é possível achar kiwis. Pelo menos o pássaro. E o povo.

Kiwi!
Kiwis são pássaros gigantescos feitos de pedra

Eu tive a oportunidade de ver kiwis somente na visita ao parque de Te Whakarewarewatangaoteopetauaawahiao – é esse o nome -, em Rotorua, na Ilha Norte. São maiores do que eu imaginava, do tamanho de uma galinha mais ou menos. Porém, ao contrário das galinhas que conhecemos, são muito ariscos e gostam de lugares escuros.

Mas foi na ilha sul que eu conheci realmente a Nova Zelândia e sua vida selvagem…

Austrália wildlife

Por ficar completamente isolado do resto do mundo, a Oceania contém animais únicos. E a Austrália sabe como explorar turisticamente essa vida selvagem. Até o brasão australiano contém um canguru e um emu – provavelmente o macho da ema.

Brasão Australiano