Defina Coxinha

Nossa relação com comida é um assunto complexo.

Principalmente na sociedade moderna aonde desvirtuar o alimento tradicional virou quase um hobby. Somos bombardeados constantemente com novidades incríveis e completamente transgressoras, como o dogão de carne moída, a pizza de sushi ou o temível brigadeiro de capim santo.

O sushi-burrito é uma apropriação-cultural claramanete não-nipônica-não-mexicana que visa ofender ao máximo de etnias possível

Veja bem, não sou um extremista da culinária tradicional. Se você é carioca e quiser estragar a sua pizza enchendo ela com um molho doce completamente incondizente com o alimento (que já vem com seu próprio e adequado molho de tomate), seja livre para fazê-lo. Quem vai comer é você, mermão. Pode comer vidro que eu não me importo.

Mas acredito que a alma dos alimentos deve ser corretamente preservada, senão vira molecagem. Quando me oferecerem um brigadeiro, por exemplo, eu espero receber um doce feito à base de leite condensado e chocolate em pó, de forma esférica e coberto com confeitos de chocolate. Se envolve erva cidreira na receita e cobertura de lascas de amêndoa, o adequado seria chamar de outra coisa, tira esse título de brigadeiro do seu nome que ele não merece.

Bette Davis v Joan Crawford: Dawn of tretas

É uma época de polaridades. São coxinhas contra petralhas, #TeamCaptain contra #TeamIronMan, Carreta Furacão contra Furacão 2000. Em tempos de tanto ódio e tantos confrontos épicos cinematográficos, é bom relembrar um dos confrontos mais marcantes do cinema: Bette Davis contra Joan Crawford.

Aos fãs da sétima arte é difícil imaginar que os atores e produtores de filmes tenham divergências tão comuns quanto as que nós mesmos possuímos em nosso dia-a-dia no trabalho. Da mesma forma como a gente odeia aquele cara que puxa o saco do chefe ou aquele programador ineficiente que fica escrevendo babaquices em seu blog pessoal ao invés de corrigir a animação do side menu do aplicativo, também no glamuroso ambiente cinematográfico há diretores machistas, atores que não se bicam ou roteiristas que detestam produtores que mexem nas suas idéias. São razões conflituosas tanto ou até mais válidas do que odiar aquele cara do marketing porque ele criticou sua marmita (desculpa se meu macarrão não parece tão apetitoso quanto aquele que sua mãe fazia na Itália, seu maldito).

Alfred Hitchcock, por exemplo, sempre dizia que “Atores são gado”. A atriz Faye Dunaway brigou tanto com o diretor Roman Polanski durante as gravações de Chinatown que em um momento ela atirou uma xícara de urina na cara dele. Rachel McAdams e Ryan Gosling se odiavam tão profundamente durante as gravações de Diário de uma paixão que a melhor forma que encontraram para magoarem-se mutuamente foi começarem um relacionamento.

"magina, miga! você tá linda!"
“magina, miga! você tá linda!”

Mas a treta entre Bette Davis e Joan Crawford foi algo muito mais profundo do que esses fetiches pontuais de mijar em uma xícara e atirar na fuça de um desafeto. Mais do que simples rivalidade, as duas nutriam pela outra um ódio quase irracional.

Pequeno dicionário do manifestante moderno – versão gourmet

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Em julho de 2013, num arroubo de cidadania e amor à pátria, este humilde blog fez um serviço a toda a população brasileira e ofereceu, sem custos adicionais, um útil dicionário ao manifestante moderno.

Quase dois anos depois, visando colaborar com essa nova onda de protestos que está sendo orquestrada pela Rede Globo (eu li isso num blog esquerdista – ver parte 1 deste dicionário), nós oferecemos um complemento para que você, meu caro alienado político, possa ser massa de manobra bem informada.

Todo tempo que a falta de tempo tem

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Reza o dito popular que, quando você tiver algo muito importante para ser feito, deve pedir à pessoa mais ocupada: ela encontrará a forma mais fácil e rápida de fazê-lo. A sabedoria contida no provérbio é inexorável; a dificuldade moderna, porém, é encontrar no meio de seu rol de contatos o que for o mais ocupado.

“Estou sem tempo para nada” é a desculpa do século, válida mais para si mesmo do que para outrem. Afinal, perde-se tanto tempo trabalhando, transitando, comendo e assistindo a novela das oito que ninguém mais têm tempo para ir à academia, tocar oboé ou aprender francês.

A incrível geração de mulheres que fica discutindo sobre a incrível geração de mulheres

A geração incrível
A geração incrível

Vivian tem 34 anos. Está solteira ainda e sabe muito bem o porquê: é essa geração de homens que está completamente errada. A culpa não pode ser dela, que é uma mulher independente, tem um emprego de garbo na redação de um jornal daqueles que é distribuído de graça nos semáforos (e o povo resolve as palavras cruzadas e forra o chão do carro com seus artigos). Ela é uma mulher perfeita, que vai em passeata pelo futuro do país e se indigna justamente com todos os problemas sociais. A única coisa que Vivian não sabe é cuidar da casa. Ela pede pizza duas vezes por semana e tem uma empregada diarista que cuida dos afazeres dela. E é justamente por isso que os homens não a querem: Os homens procuram alguém que continue sendo a mãe deles, que lhes costurem as cuecas e façam massagem nas costas.

A culpa é dessa geração de homens, despreparada para um universo feminino tão evoluído.

A Convenção de Kitzbühel

Era uma quarta-feira, 05 de julho, quando meu avião vindo de Estocolmo pousou em Munich.

Ridiculamente linda cidade.
Kitzbühel: ridiculamente linda cidade.

Viajava a trabalho, vindo de um projeto na Suécia para uma convenção na pequena cidade de Kitzbühel, na Áustria. A empresa que me empregava em Londres havia comprado uma outra pequena companhia alemã de envio de e-mails, e essa convenção foi organizada de forma que ambas se conhecessem. O encontro envolvia praticamente toda a equipe da empresa comprada e uma pequena parcela da alta cúpula da multinacional aonde eu trabalhava, incluindo todos os meus superiores europeus – por algum motivo obscuro, eu também estava nessa seleta lista de importantes empresários.

Assim, no aeroporto de Munich, um ônibus fretado esperava funcionários vindos de várias partes da Europa, para partir estrada afora rumo à Áustria, aonde um hedonista hotel cinco estrelas (ou algo próximo disso) estaria nos aguardando para que aproveitássemos de suas confortáveis almofadas e jardins com vista para os Alpes sob o pretexto de estarmos trabalhando. Essa é a vida da alta cúpula empresarial européia (que, por sinal, eu abandonei para vender cerveja na Lapa).

Alguns pequenos atrasos nas chegadas fizeram o ônibus atrasar um pouco sua partida. Um inconveniente trânsito na E45 e uma conveniente parada em um posto de gasolina para comprarmos cerveja causaram um atraso ainda maior e fizeram com que chegássemos no hotel aproximadamente duas horas depois do previsto.

“Como estamos bem atrasados, vocês somente deixem suas malas nos quartos e já desçam até o restaurante para o jantar, antes que ele feche.”, disse meu chefe enquanto todos fazíamos o check-in. Eu, porém, tinha algum e-mail importante e fútil para responder (eu sei que era importante porque eu posterguei um jantar gratuito para respondê-lo e eu sei que era fútil porque eu não me lembro o que era), e fui praticamente o último funcionário a chegar no restaurante. Naquela altura, todas as mesas já estavam praticamente ocupadas e o único lugar vago era na mesa dos chefes.

Como sempre fui integrante assíduo da baixa classe de proletariado e como provavelmente eles estariam falando de trabalho, me incomodou um pouco aquele assento. Três níveis hierárquicos acima de mim dividiam a mesa e, por mais que eu insista que não me importo com autoridades, tentei manter uma pose e comportamento respeitáveis. Em vão, obviamente.

Agrega valor
Agrega valor

Fui até o buffet self-service, aonde travessas ainda alinhavam-se convidativamente. Peguei um dos pratos de uma pilha disponível na mesa de saladas e mesmo ele parecendo muito pequeno, era o único que eu tinha em vista naquele momento. Me servi de alfaces, tomates e passei para a bancada com os pratos quentes. O problema é que os nomes de todas as comidas estavam em alemão e, apesar de saber o que é bier, chucruts e wurst, a variedade oferecida iria desafiar muito mais a minha habilidade de ler amontoados de consoantes aparentemente sem sentido. Fui me servindo, então, de forma aleatória. Peguei um salsichão branco (alguma-coisa-wurst) e um punhado de alguma carne. Me servi também de uma colherada de um macarrão-parafuso que me apeteceu e, na falta de tempero, joguei por cima o molho vermelho ali do lado da travessa, que, obviamente, só podia ser molho de tomate.

Chegando no final da bancada, antes de voltar, uma surpresa. Do outro lado, tendo passado desapercebido por mim, estava o começo do buffet. Na afobação de ir buscar comida antes que o restaurante fechasse, eu não tinha visto aquela seção. Nela, haviam as entradas, pães, uma variedade ofensiva de queijos e, obviamente uma pilha de pratos adequados. Se eu tinha achado meu prato pequeno, era porque aquele era o prato para saladas – que, num lugar tão garboso, evidentemente não devia ser colocada no mesmo receptáculo que a comida quente. O que fazer numa situação dessas? O espírito pedreiro recomendava simplesmente virar o conteúdo daquele prato minúsculo em um prato decente e esconder meu prato de saladas usado debaixo da toalha. O requinte me impediu de fazer maiores estultices em um lugar tão fino, então mandei às favas os pratos maiores, adicionei ainda algum queijo mal-cheiroso no topo de minha montanha de comida alemã e voltei à mesa da chefia, imaginando que meu minúsculo prato amontoado de todos os estilos gastronômicos misturados iria me colocar em meu devido lugar, uma camada abaixo de meus chefes elitistas com sua autoridade demonstrada pela linha de porcelanas adeqüadamente maior.

Ainda me levantei uma vez mais para pegar um copo e aproveitar-me da jarra de suco de laranja que estava em nossa mesa. Peguei então uma taça que estava em meio a outras em uma mesa próxima. E, já que estava com o prato errado, para combinar, quando retornei percebi que estava com o copo errado também, e, enquanto todos tomavam suco em copos baixos e retos, eu me servia no que agora eu via que era uma taça de vinho, numa combinação um tanto quanto pitoresca com meu prato minúsculo.

Como se isso não bastasse, minha refeição pareceu ainda mais ridícula quando eu percebi que o suposto molho de tomate que coloquei em cima do macarrão e da salsicha era, na verdade, geléia de framboesa. Por sorte, meus chefes europeus deviam estar acostumados a culturas ridículas e não teceram comentários sobre minha peculiar combinação de sabores e porcelanato, demonstrando assim uma elegância coerente ao cargo que ocupavam. Eu, porém, me sentia num episódio de Mr. Bean, onde qualquer comentário ou ação que eu tomasse só aumentaria a vergonha alheia de minha situação.

Pelo menos, os outros dois dias a trabalho na Áustria se mostraram divertidos e produtivos, numa excelente combinação de tardes de palestras e reuniões com noites de baladas fechadas e jantares suntuosos. Após esse primeiro jantar, tentei manter novamente uma certa distância da alta hierarquia da empresa e, o máximo de babaquice que eu conseguir fazer durante o resto de nossa estadia foi derramar vinho tinto na camisa do gerente europeu.

A essa altura, eles já deviam saber que é prudente tomar uma certa distância de mim.

Até os manequins austríacos parecem contrariados com minha presença.
Até os manequins austríacos parecem contrariados com minha presença.

 

Roteiro da baixa gastronomia de São Paulo #1

Um guia com os piores lugares para se comer mal sem gastar muito em São Paulo

Evite tirar fotos muito próximas do local
Evite tirar fotos muito próximas do local

Churrasco Grego
Largo do Paissandu, 19 – centro
Um churrasco grego com suco
Custo total: R$1,50

Empoleirado na soleira da porta de uma lanchonete, atrás da Igreja dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu, e com uma monumental vista para os suicídios de jovens na Galeria do Rock, encontramos este nobre e minúsculo apêndice de toldo azul com sua carne eternamente giratória. 

Lá é possível degustar o tradicional churrasco grego, sempre acompanhado com um serviço de entretenimento promovido pelos mendigos locais. O mendigo que nos atendeu alcunhava a si mesmo de “vagabundo do delegado” – sendo “vagabundo” um substantivo. Ele iniciou sua aproximação me jogando um beijo ao vento e cuspiu (algumas vezes literalmente) toda sua sabedoria sobre como as mulheres só causam problemas e eu devia me livrar da minha – o que já demonstra que talvez não seja uma boa idéia levar sua garota para um jantar romântico no local.

Não há opções vegetarianas. Nossa escolha foi o único lanche disponível, na versão com vinagrete – este que fica armazenado à temperatura ambiente, na mesma gaveta de onde o vendedor lhe devolverá o troco. O sanduíche foi meio decepcionante, parecendo muito menor do que devia, mas com uma relação custo-benefício que vale a pena. Os clientes têm à disposição, além dos agüados condimentos básicos (ketchup e mostarda), um balde com um molho de pimenta caseiro, a ser depositado no pão com uma colher de pau compartilhada por todo mundo. Apesar de bem temperado, é recomendável evitá-lo – e me refiro não só a não experimentar o molho, mas também a se manter a uma certa distância dele.

A cortesia da casa fica por conta refil de suco. Pelo menos o responsável não parece se importar com os clientes reabastecendo seus copos na refresqueira. Também não podemos dizer que seja um primor de suco: não passa de uma água com açúcar e corante, mas que provavelmente deve cair muito bem se acompanhada por vodka (leve a sua de casa).

Um adesivo colado no toldo indica a área de fumantes (a 15km dali, indo em qualquer direção). A ausência de guardanapos decentes também é um problema, além do público ligeiramente pessimamente apresentável. A única garota em um raio de dois quilômetros do local foi a que eu levei e que ainda pagou por minha refeição (o que também é uma indicação do porquê que meus relacionamentos nunca duram).

***

Rei do Salgado
Um público variado a qualquer hora do dia

Rei dos Salgados 
Rua Dom José de Barros, 144 – centro
Um rissoles e uma coxinha
Custo total: R$1,00

Se o centro de São Paulo fosse um ser vivo, este nobre lugar estaria localizado no que seria o seu rim.

Nesta casinha de aproximadamente 15m², o que imediatamente nos chama a atenção são duas faixas anunciando salgados a R$0,50 e sua inusitada decoração com azulejos pintados de laranja, que por algum motivo me fez lembrar um Crocs.

Do lado oposto à porta localiza-se o espaço gourmet, que na verdade é apenas uma bancada de vidro onde dezenas de salgados espremem-se e amontoam-se ali de forma desordenada e aleatória como minhocas em um minhocário (a comparação pode parecer meio nojenta, mas as minhocas não se importam).

Pedi um rissoles (R$0,50) e uma coxinha (R$0,50). Ambos devem ter sido feitos naquela semana mesmo e reaquecidos todas as manhãs, aonde ficam no vidro lentamente resfriando-se, o que dá um sabor todo especial às iguarias. Nas laterais do estabelecimento, um balcãozinho de aproximadamente 20cm de largura permite que os clientes comam por ali mesmo, em pé. Numa das paredes, um espelho permite que eles vejam a si mesmos comendo e dessa forma repensem completamente a própria vida.

A consistência do ketchup era o que podíamos chamar de surpreendente. E o mesmo adjetivo pode ser dado à textura do salgado. O público é do mais variado: enquanto camelôs esbravejavam impropérios na rua, uma colombiana se confundia toda com a grande variedade oferecida. Uma criança esperneava por um pastel (R$1,00), que era da metade do tamanho do pastel de R$2,50 ali perto.

Corajosamente, engoli os dois salgados a seco, o que foi um problema porque a massa cria uma consistência autocolante. Provavelmente, cinco ou seis salgados são o suficiente para colar completamente sua boca e entupir suas vias respiratórias.

***

Pastel a 2.50
Pastel a 2.50

Pastelaria Imperial
Avenida Prestes Maia, 72 – Anhangabaú
Um pastel e um caldo de cana
Custo total: R$4,00

Extremamente bem localizado, no coração do Vale Anhangabaú – saindo do metrô São Bento, no terceiro morador de rua à esquerda -, se localiza esta nobre casa: um amplo salão bem iluminado, repleto de pequenas mesas de madeira rodeadas por cadeiras de plástico. O chão é sujo como um deputado federal – talvez com um pouco menos de luz, a porquice poderia passar levemente mais despercebida. As paredes são decoradas com duas grandes imagens de temática nipônica, o que ajuda a reforçar aquele esteriótipo do japonês pasteleiro.

Uma chamativa faixa anuncia ao vale a grande especialidade da casa: Pastel de feira a R$2,50. O preço é o mesmo há pelo menos oito meses, o que deveria descaracterizar o anúncio de “promoção” que a faixa ainda carrega. Dentro, uma placa ameaçadora destaca o fato que é proibido consumir ali alimentos trazidos de fora. O banheiro para não-clientes custa R$1,00 – vinte e cinco centavos mais barato do que comprar um salgado e virar cliente.

Não perca tempo maravilhando-se com o carrossel de sabores que a casa oferece. Vá até o balcão e veja quais bandejas ainda restam. Talvez pela popularidade da casa ou por preguiça do pasteleiro, o cardápio nunca se encontra 100% completo.

Uma vez escolhida a iguaria a ser degustada, paga-se primeiro no caixa, demonstrando uma inteligentíssima falta de confiança no cliente. No fundo do estabelecimento, um espaço gourmet self-service apresenta uma ampla variedade de salgados ao preço de R$1,25 cada um.

Optei por um pastel de carne com queijo (R$2,50) e 300ml de caldo de cana (R$1,50). Aceita-se cartões de crédito.

O pastel, frito na hora (uma vantagem em relação às outras casas, acredite!) tem um sabor bem justo. O recheio tinha uma porção honesta de queijo, porém já vi refeições vegetarianas que tinham mais carne. Ele fica ainda melhor se você não colocar os condimentos da casa: o ketchup é doce e a mostarda azeda. Galões de ketchup e mostarda repousavam ameaçadores em cima do balcão (são da marca Lanchero, caso alguém se interesse).

O caldo de cana peca na falta de personalidade, mas ganha na personalização. É possível definir quantas pedras de gelo você quer e quanto de suco de limão deve ser adicionado ao seu drinque. O meu copo veio com um pequeno inseto alado flutuando no líquido verde, o que só evidencia a pureza da cana utilizada. Os canudos são todos embalados individualmente, num inexplicável arroubo de higiene.

Com um público eclético (é possível ver pedreiros, mendigos, engravatados e famílias), preços atrativos e uma qualidade próxima do mediano, é uma boa pedida para quem tem mais fome do que dinheiro.

***

+ MAIS +

Outros roteiros:

Roteiro da baixa gastronomia de São Paulo #2
Roteiro da baixa gastronomia de São Paulo #3

Para comer:

Churrasco Grego: Largo do Paissandu, 19
Rei do Salgado: Rua Dom José de Barros, 144
Pastelaria Imperial: Avenida Prestes Maia, 72
Estomazil: Em qualquer farmácia

Na próxima edição:

Yakissoba, Bom Prato e mais.

Se você tem alguma sugestão de lugar ruim e barato, deixe aí nos comentários que ela será levada em conta.

Fagulha

Things are getting pretty serious...
Things are getting pretty serious…

Minhas habilidades (nulas) de relacionamento já devem ter ficado notáveis para aqueles que acompanham este blog ou que me conhecem pessoalmente.

Eu vou arrumar uma namorada pra você“, disse uma amiga, sendo provavelmente a quarta pessoa a dizer isso só neste ano (a maior parte já desistiu). Agora, porém eu ia contar com a ajuda do fascinante mundo da tecnologia para facilitar essa incessante busca pela tampa de minha panela.

Foi ela que baixou o Tinder e montou meu perfil. Ela que escolheu todas as minhas fotos “Você não tem o menor bom senso pra essas coisas. E nem fotos boas, pelo que parece“. Boina, óculos escuros e um sorriso de canto de boca na foto de capa. Uma no estádio da Luz, torcendo para o Benfica; outra dançando no Cavern Club “…pras meninas verem que você sabe dançar“; uma outra levantando uma taça de marguerita em um hotel chique; “e a última eu deixo você escolher. Não! Essa não! Nem essa!“, dizia ela enquanto eu rodava pelas minhas fotos até parar em uma tomando Coca-Cola, vestido de árabe no deserto do Saara “Essa é péssima, mas eu acho que você não tem nenhuma melhor mesmo.

Tinder (http://www.tinder.com/) é uma rede social com uma premissa bem interessante: Ela apresenta perfis de pessoas que estão geograficamente perto e permite que você dê (ou não) um like nelas. Ela integra com seu facebook, permitindo selecionar de lá as fotos e avisando se aquela pessoa possui amigos em comum com você (importante em alguns casos). Se houverem likes mútuos, o aplicativo avisa que vocês dois se gostaram e abre um chat para que vocês possam conversar. Bem fútil.

Discordo!

Recentemente, uma amiga publicou em seu facebook um punhado de frases seguidas de um pedido para que, se algum amigo dela concordasse com qualquer uma daquelas frases, que a excluísse do círculo de amizades imediatamente.

¿Por qué no te callas?
¿Por qué no te callas?

Obviamente que eu não a excluí. Não acho que a opinião de uma pessoa sobre um assunto seja um fator assim tão crucial na definição de nossas amizades, mesmo aqueles amigos que têm opiniões ao meu ver extremamente cretinas, como homofóbicos, anti-semitas ou admiradores de música sertaneja.

Pequeno dicionário do manifestante moderno

Imagina que o seu amigo passou três meses em coma. Aí o cara acordou, ligou a TV e não está entendendo nada do que dizem nos noticiários. Aí ele te faz umas perguntas e você tenta responder, mas percebe que não está entendendo nada também.

Eu também não estou entendendo nada. Mas como eu sou um ignorante pró-ativo, eu fiz um pequeno dicionário pra você mostrar pro seu amigo, pra ele parar de te encher o saco, enquanto você chama a enfermeira pra tentar jogar ele em um coma induzido, pensando que talvez possa pedir um coma induzido pra você também, que não seria uma má idéia, afinal.

Não é pelos 20 centavos!
Não é pelos 20 centavos!