Fagulha

Things are getting pretty serious...
Things are getting pretty serious…

Minhas habilidades (nulas) de relacionamento já devem ter ficado notáveis para aqueles que acompanham este blog ou que me conhecem pessoalmente.

Eu vou arrumar uma namorada pra você“, disse uma amiga, sendo provavelmente a quarta pessoa a dizer isso só neste ano (a maior parte já desistiu). Agora, porém eu ia contar com a ajuda do fascinante mundo da tecnologia para facilitar essa incessante busca pela tampa de minha panela.

Foi ela que baixou o Tinder e montou meu perfil. Ela que escolheu todas as minhas fotos “Você não tem o menor bom senso pra essas coisas. E nem fotos boas, pelo que parece“. Boina, óculos escuros e um sorriso de canto de boca na foto de capa. Uma no estádio da Luz, torcendo para o Benfica; outra dançando no Cavern Club “…pras meninas verem que você sabe dançar“; uma outra levantando uma taça de marguerita em um hotel chique; “e a última eu deixo você escolher. Não! Essa não! Nem essa!“, dizia ela enquanto eu rodava pelas minhas fotos até parar em uma tomando Coca-Cola, vestido de árabe no deserto do Saara “Essa é péssima, mas eu acho que você não tem nenhuma melhor mesmo.

Tinder (http://www.tinder.com/) é uma rede social com uma premissa bem interessante: Ela apresenta perfis de pessoas que estão geograficamente perto e permite que você dê (ou não) um like nelas. Ela integra com seu facebook, permitindo selecionar de lá as fotos e avisando se aquela pessoa possui amigos em comum com você (importante em alguns casos). Se houverem likes mútuos, o aplicativo avisa que vocês dois se gostaram e abre um chat para que vocês possam conversar. Bem fútil.

Tipinhos de facebook

Vivemos há um bom tempo com redes sociais. Passamos já por um amadurecimento de anos no orkut para depois uma migração à globalidade do facebook – apesar de eu me divertir muito mais brincando sozinho na Paulo Velho+. Hoje o orkut está tão abandonado que outro dia roubaram o relógio da minha foto de perfil.

Eu já discorri sobre as redes sociais antes, mas depois de um exaustivo novo estudo de campo, apontei os principais perfis típicos que podem ser encontrados hoje em dia. O estudo foi baseado no facebook, mas as massas são previsíveis e o mesmo comportamento pode se repetir em outras redes.

(Lembrando que é possível estar em mais de um grupo ao mesmo tempo. É comum encontrarmos filósofos-nutricionistas ou kibelocos-popular-abstratos.)

How can you talk if you haven't got a brain
“Some people without brains do an awful lot of talking”

Dos primórdios da internet

Duas pessoas totalmente aleatórias caminham por uma rua fictícia com alguma discussão randômica. “Qual a capital da Samoa Americana?”, por exemplo. Um insiste que é Pago-Pago enquanto outro tem a certeza absoluta que é Fagatogo. Em determinado momento, um dos discussionistas saca seu smartphone e, alguns segundos depois, lá está: A capital é Pago-Pago, com cerca de 12000 habitantes. Pronto, discórdia resolvida. É certo que o outro chato inconformado pode pegar também o seu smartphone e argumentar que Fagatogo é a capital porque é onde tem a sede do governo, mas isso só demonstra que eu escolhi um exemplo de bosta para ilustrar o que eu queria demonstrar: A onipresente tecnologia está nos destruindo aos poucos.

Em tempos de outrora, discussões como essa (ou mais simples) se estendiam por meses, até alguém finalmente ter a decência de consultar o Atlas-1992 em sua biblioteca particular – aquele que você ganhava se comprasse o jornal por 3 anos seguidos e juntasse os 4250 selos naquela cartela vagabunda que ficava na gaveta da sala, guardada como se fosse um item sagrado religioso.

Família unida...

Era tudo mais divertido.

Estamos criando uma próxima geração de acomodados. De indivíduos que não sabem procurar no jornal os filmes que estão passando no cinema. De crianças que atingem a adolescência sem ter aquela timidez envergonhada de quando um(a) amiguinho(a) do sexo(a) oposto(a) liga para casa e seu pai(a) atende o telefone. Uma geração de crianças de 7 anos que trocam celulares e são mayors do playground no foursquare. O escorregador fica vazio, mas você pode vê-los ali sentados na caixa de areia, cada qual em uma fase diferente de Angry Birds.

A rede anti-social

Ainda acho que, em favor da socialização, as pessoas deviam entrar mais em bares e menos em redes sociais. Como diz o Tio Dino, são tempos de muita rede social para pouco amigo.

Rede sem lei

O orkut é o equivalente às pochetes das redes sociais. Outrora pop, a rede já foi reportagem de William Bonner com suas Katilces e acusações de “não sei brincar, o orkut tá falando mal de mim.”. Hoje em dia, a comunidade é mais cafona do que casar na praia. Eu adoraria usar uma expressão-clichê do tipo que “o site só se mantém vivo com a ajuda de aparelhos”, mas todo site da internet só funciona com a ajuda de aparelhos.

A comunidade ainda é útil para verificar o que fazem seus amigos de mais baixa renda. Em minha humilde opinião, o grande problema do orkut é que ele se preocupou demais em imitar o facebook e esqueceu de ser quem ele realmente é. Não aprendeu nada com a moral de 9 em cada 10 contos de fada da Disney. Oras, se é pra ter uma rede que imita o facebook, então eu também vou para o facebook, que, convenhamos, imita muito melhor a si mesmo.

Atualmente, o orkut funciona como um cemitério de memórias. Pense em algum casal de amigos que tenham terminado o relacionamento nos últimos 6 meses. O orkut ainda guarda fotos dos pombinhos juntos e depoimentos apaixonados de um para o outro. Varrer os scraps e fotos de seus amigos no orkut é tipo varrer as fotos daquelas escolas abandonadas em Chernobyl, de pessoas abandonando depoimentos às pressas e largando tópicos incompletos em comunidades.

E se você acha que o orkut anda deserto, é porque faz tempo que não entra no mySpace.

Já o twitter transformou-se rapidamente no maior site de humor do mundo. Os usuários do twitter se dividem em três categorias: Tem as celebridades, os pseudo-humoristas e os bots. Se você não é famoso e não segue automaticamente o Mano Menezes, você tenta fazer piadinha na rede. Ultimamente, entretanto, grande parte das celebridades está começando a investir no pseudo-humorismo; e estou certo que com o avanço da Inteligência Artificial, em poucos meses teremos os primeiros bots mandando trocadilhos no twitter.

O jogo do orkut

O orkut está sendo rapidamente abandonado, deixado às moscas. É uma era que se está findando. Orkut é tipo o Silvio Santos: Todo mundo já gostou e acompanhou avidamente um dia, mas hoje está falindo e só recebe a atenção da parcela mais pobre da população.

Mas acho que, antes de abandonar o site ainda dá pra ter um pouco de diversão com o negócio: É o ORKUT GAME!

Internet Gangsta
Tenho rede social: Sou malandro pra caralho!

Chame um ou mais amigos… Comece a partir de uma página aleatória no orkut. Cada um deve procurar avidamente pelos elementos listados. O que fizer mais pontos no final ganha o jogo. Simples assim:

  • Perfil escrito “Lotado” [2 pontos]
  • Usuário dizendo “Esse novo orkut é uma bosta!” [3 pontos]
  • Perfil tocando música [5 pontos]
  • Foto de uma menina tirada de cima dando destaque ao decote [1 ponto]
  • Foto com óculos 3D no cinema [7 pontos]
  • Álbum cheio de fotos com artistas [4 pontos]
  • Foto de comida no álbum [3 pontos]
  • Dois scraps “Eu te amo” de duas pessoas diferentes na seqüência [9 pontos]
  • About me com a frase “Não add se não conheço” [2 pontos]
  • Usuário dizendo “Não uso mais orkut”, seguido de link para o facebook [3 pontos]
  • Buddy Poke postado há menos de 2 dias [4 pontos]
  • Perfil com mais de 5 vídeos e nenhum clipe de música no meio [7 pontos]
  • Álbum cheio de photoshop [6 pontos]
  • Letra de música no about [4 pontos]
  • Perfil de animal de estimação (sem ser cachorro) [3 pontos]
  • Foto de paisagem [1 ponto]
  • Foto de carro [2 pontos]
  • Álbum de carnaval aonde não apareçam bebidas alcóolicas [40 pontos]
  • Foto da pessoa com arma [20 ponto]
  • Álbum cheio de fotos de show [5 pontos]
  • Comunidade útil [150 pontos]

Antes do falecimento oficial do orkut, vale a pena tentar se diveritir.

Te vejo no facebook! Antes de descobrirem algo melhor para reunir os amigos (tipo cerveja)…

Eu e o homem de 1 bilhão de dólares

“The Social Network”, filme de David Fincher está estreando em terras gringas. A película conta a história de Mark Zuckerberg, o malandro que criou o facebook.
Assim como outros grandes nomes da informática, Zuckerberg também tem uma história conturbada. Não vou entrar nos méritos de sua história. Pelo que parece, creio que o filme conseguirá se mostrar imparcial e cada um que tire sua conclusão. Já gostei bem menos de caras geniais como Bill Gates e gostei bem mais de caras geniais como Steve Jobs. Acho Mark Zuckerberg um cara genial e ninguém acumula um bilhão de dólares com uma empresa sendo um completo babaca.
Sabendo da importância de Zuckerberg e de sua fortuna, é bacana agora eu contar a história do dia que Mark brigou comigo.

Mark Zuckerberg
Já briguei com um capa da Fortune. Só falta pegar uma capa da Playboy.

Porque o iPad não vai substituir os jornais

Simples e direto:

iPad fish
Quero ver você embrulhar peixe com seu iPad!

Enquanto ainda houverem peixarias e feiras livres, a mídia impressa continuará existindo.

iPad: O iPhone que não cabe no seu bolso.

Finalmente!
Após anos de espera, especulações, chiliques homossexuais e suicídios de Mactards, a Apple finalmente lançou o seu tão esperado tablet.

iPad de pobre
iPad

O atual sonho de consumo da comunidade arco-íris atende pelo nome de iPad. Por que a Apple continua inventando esses iStupidNames? Por que não chamam simplesmente de Apple Tablet e economizam milhões em campanhas publicitárias? Mas isso é algo que certamente iremos nos acostumar. A gente se acostumou até com iPhone!

Fato é que, a partir do hype que estava sendo feito em cima do lançamento, as expectativas eram de algo grandiosíssimo. É maravilhosa a forma como a Apple faz essa publicidade gratuita, simplesmente mantendo segredo sobre o que vai lançar. O hype em cima do evento era tão grande que até parecia que o tablet viria com o último episódio de Lost. Se o evento fosse televisionado, o Superbowl provavelmente pagaria por um anúncio no intervalo. Até o Bill Gates estava ansioso pelo evento. Principalmente depois do Macintosh, em 1984, quando o Steve Jobs parou de contar as novidades pra ele antes do lançamento.

4 horas antes do início do evento, “Apple Tablet” era o maior trending topic do twitter. 4 horas depois do evento “iTampon” era o maior trending topic, uma piada com o nome do aparelho que deve ter levado algum executivo à depressão (ou à rua).