O Carnaval em Salvador é a maior festa popular do mundo, recebendo milhões de pessoas. Fui até lá este ano só para pode falar mal melhor, com mais autoridade.
Alguns fatos prévios: A Bahia é quente, muito quente. Parece que há um Sol para cada cantor de axé. Eu ainda não fui para o inferno, mas pelos relatos que eu ouvi, lá deve ser um pouco mais fresco que a Bahia. É o lugar onde os dragões bebem água – mas isso também deve ser por causa daquela pimenta absurda. E também é bom destacar a falta de veracidade daquele mito que o baiano é um povo folgado. Na verdade é que eles ficam o ano todo poupando energia para o Carnaval – e, acredite, eles precisam. A festa parece interminável…
Por “festa” considere “seguir um caminhão tocando música ruim num volume colossal enquanto se espreme feito um paulistano num ônibus matutino”. A música é um detalhe peculiar, e não é só pelo fato de que você ouve os piores sucessos do ano antes de todo mundo. Estou certo que se estivesse tocando valsa ou se alguém ligasse um liquidificador, todo mundo pularia do mesmo jeito… Mas não! Eles cantam uma única frase repetidamente em um ritmo mais grudento do que paçoca com água e que certamente ficará ocupando um pedaço precioso dos seus pensamentos por alguns meses.
Chiclete com banana, por exemplo… Possuem as letras de músicas mais arrogantemente narcisistas que eu já vi. Todas as músicas falam das maravilhas de ser chicleteiro, de como eu sou chicleteiro e ela também, das propriedades colantes de um chiclete quando entra em contato com as cavidades auditivas, de como se você fizer investimentos em chicletes e não fizer investimentos em banana você não vai obter lucros (muito pelo contrário)…