Pequeno dicionário do manifestante moderno

Imagina que o seu amigo passou três meses em coma. Aí o cara acordou, ligou a TV e não está entendendo nada do que dizem nos noticiários. Aí ele te faz umas perguntas e você tenta responder, mas percebe que não está entendendo nada também.

Eu também não estou entendendo nada. Mas como eu sou um ignorante pró-ativo, eu fiz um pequeno dicionário pra você mostrar pro seu amigo, pra ele parar de te encher o saco, enquanto você chama a enfermeira pra tentar jogar ele em um coma induzido, pensando que talvez possa pedir um coma induzido pra você também, que não seria uma má idéia, afinal.

Não é pelos 20 centavos!
Não é pelos 20 centavos!

Catastrofismo

O catastrofismo europeu é equivalente ao otimismo brasileiro.

Caboom!

Os ingleses estão em pânico. As previsões são de até meia hora de atraso nos trens e metrôs e terríveis trânsitos de duas horas nas principais vias da cidade. Sejamos sinceros: meia hora de atraso nos trens e duas horas de trânsito é uma visão muito otimista no dia-a-dia paulistano.

Londrinos temem que a lotação das estações de metrô cheguem a aproximadamente um terço da densidade demográfica da estação da Sé em qualquer manhã de terça-feira útil.

Outra catástrofe olímpica foi no orçamento. A previsão inicial de £4,2 bilhões alcançou £8,4 bilhões, num rombo de 100%. O Brasil assistiu um aumento de mais de 1000% no orçamento dos Jogos Panamericanos (previsão de R$390 milhões e valor final de R$ 3,5 bilhões) e os aumentos nas obras da Copa seguem crescendo mais do que conta de pastor evangélico.

Para nós, um rombo de apenas 100% em nossas contas é um otimismo quase impossível de se alcançar. Eis o catastrofismo europeu.