a Disney cristã

No coração da capital mundial dos parques temáticos, cheios de montanhas-russas, atrações modernas, shows suntuosos, áreas planejadas pensadas nos mínimos detalhes, magia e diversão para onde quer que se olhe, fica a recriação literal da Terra Sagrada. Holy Land Experience é um parque temático cristão, localizado próximo aos mundialmente famosos Universal Studios e Walt Disney World.

O mundo mágico de Jesus Cristo

O parque foi aberto em fevereiro de 2001 pelo russo Marvin Rosenthal, um judeu convertido. O terreno do parque pertence a Marvin desde 1989, mostrando que a idéia de uma recriação da Terra Santa próxima ao Mundo Mágico® já vinha de longe. Rosenthal também é fundador da “Zion’s Hope”, uma entidade dedicada a converter judeus ao cristianismo. Com esse background, no dia da abertura a Holy Land sofreu protestos de grupos judeus.

Holy Land, porém, não ficou muito tempo nas mãos de Marvin: em 2007 ele vendeu a atração para a Trinity Broadcasting Network (uma emissora americana cristã) por um valor estimado de 37 milhões de dólares. Na época, o prejuízo do parque era calculado em cerca de 8 milhões de dólares e a emissora planejava expandir e melhorar as atrações e construir na propriedade uma central de transmissão do canal para a Flórida, além de um estúdio para a produção de filmes cristãos.

À toa

Hoje em dia há dois tipos de ateus: os praticantes e os não-praticantes.

Os ateus praticantes invadiram as redes sociais, espalhando a descrença e repetindo tantos argumentos anti-divinos que estão aos poucos se tornando mais chatos do que os evangélicos. A não ser que você tenha recebido a visita de um anjo no sábado, eu sei que você continua ateu desde a semana passada.

Talvez pior do que alguém que queira te catequisar, é alguém que quer te descatequisar, uma vez que o ateísmo não traz nenhuma vantagem a ninguém – ao contrário da religião que, pelo menos, proporciona um conforto espiritual. Em breve, ateus baterão de porta em porta, pregando “A Origem das Espécies”.

Voltei
Voltei. Cadê as strippers?

Excluindo-se alguns casos isolados, não existe discriminação contra os ateus mais do que existe contra qualquer outra religião; o preconceito é até pior àqueles que acreditam em Oxalá ou Shiva, que deveriam ser considerados deuses tão válidos quanto Jeová. Sem contar a vantagem da descrença: Se ela gerar algum problema, é só dizer que acredita, que nem fez o Galileo.

Então, qual o objetivo de fazer um encontro de ateus? Discutir a ausência de uma força superior é estúpido, por conta da impossibilidade de se garantir que alguma coisa não existe. Os argumentos ateus, numa visão geral, são tão pobres quanto os argumentos religiosos. À pessoa que crê, é impossível provar a não-existência de Deus, gnomos, unicórnios, Matrix, Harry Potter, duendes, elfos ou Paulo Maluf. Para todos os efeitos eu sou um pudinista e desafio qualquer um a provar que minha crença é fajuta e que não há uma Grande Cozinheira.

Se existe um Deus, Ele até parece ser um cara legal, fazendo piadas o tempo todo. Não devíamos julgá-Lo por ter um fã clube tão chato. Se você pensar friamente, acreditar faz todo o sentido, uma vez que, na hipótese dEle existir, você estava certo o tempo todo – e pode até lhe garantir uma vaga no paraíso. Não pra mim, que definitivamente vou pro inferno em qualquer religião.

Às vezes, eu até queria que Deus – qualquer Deus – descesse à Terra e mandasse um “CHUPA!” para todos os ateus; depois Ele também podia se virar para algumas igrejas e pedir “E vocês rezem mais baixo que Eu não sou surdo!”.

accept Jesus
Quero ver quem não vira cristão...

Pudinismo

Vamos começar do princípio…

1:1 No princípio, bateu a Grande Cozinheira os ovos.
1:2 disse Ela: faça-se o leite condensado e assim foi feito.
1:3 e Ela viu que o leite condensado era bom.
1:4 misturou a Cozinheira o leite condensado aos ovos e adicionou mais duas medidas da lata de leite depois.
1:5 e viu que era bom.
1:6 despejou Ela tudo numa forma furada caramelizada, assando e depois esfriando e depois desenformando; descansando e procrastinando no meio do processo, nunca no fim.
1:7 e Ela chamou ao pudim PUDIM, e à calda calda.
1:8 disse “sois PUDIM. guarda-lhe-ei Tu para a sobremesa”. E assim se fez.
1:9 e a Grande Cozinheira contemplou sua obra, e viu que tudo era muito bom.

De acordo com o Pudinismo, para entendermos quem somos, de onde viemos e para onde vamos, é necessário compreendermos de maneira adequada sobre a formação do GRANDE PUDIM no centro do qual todo Universo vêm espiralmente caindo.

Pudinismo
Arte pudinista

A resposta dessas questões começaram a ser tratadas ainda de forma serena pela religião. Para onde vamos está claro: Seguiremos vivendo no meio deste GRANDE PUDIM (assim, com maiúsculas mesmo) até cairmos na temível calda de caramelo, onde cada um de nós será julgado pela colherada final. De onde viemos está um pouco mais obscuro, mas provavelmente os ingredientes que nos rodeiam foram comprados em algum pequeno mercado de bairro. A Gostosa Cozinheira não parece ser daqueles tipos de Deuses que freqüentam grandes mercados atacadistas (ao contrário do Thor, que com certeza compra os móveis na IKEA).

Certamente, entretanto, a questão mais temerosa é a “quem somos, o que diabos estamos fazendo aqui e que horas vamos sair para o almoço?”. Vários especialistas têm se reunido em milhões de mesas de bar espalhadas pelo mundo discutindo o assunto, chegando a diversos consensos e esquecendo-os algumas horas depois. O que basicamente responde pelo menos a uma pergunta: Somos todos uns babacas.