Hoje em dia há dois tipos de ateus: os praticantes e os não-praticantes.
Os ateus praticantes invadiram as redes sociais, espalhando a descrença e repetindo tantos argumentos anti-divinos que estão aos poucos se tornando mais chatos do que os evangélicos. A não ser que você tenha recebido a visita de um anjo no sábado, eu sei que você continua ateu desde a semana passada.
Talvez pior do que alguém que queira te catequisar, é alguém que quer te descatequisar, uma vez que o ateísmo não traz nenhuma vantagem a ninguém – ao contrário da religião que, pelo menos, proporciona um conforto espiritual. Em breve, ateus baterão de porta em porta, pregando “A Origem das Espécies”.
Excluindo-se alguns casos isolados, não existe discriminação contra os ateus mais do que existe contra qualquer outra religião; o preconceito é até pior àqueles que acreditam em Oxalá ou Shiva, que deveriam ser considerados deuses tão válidos quanto Jeová. Sem contar a vantagem da descrença: Se ela gerar algum problema, é só dizer que acredita, que nem fez o Galileo.
Então, qual o objetivo de fazer um encontro de ateus? Discutir a ausência de uma força superior é estúpido, por conta da impossibilidade de se garantir que alguma coisa não existe. Os argumentos ateus, numa visão geral, são tão pobres quanto os argumentos religiosos. À pessoa que crê, é impossível provar a não-existência de Deus, gnomos, unicórnios, Matrix, Harry Potter, duendes, elfos ou Paulo Maluf. Para todos os efeitos eu sou um pudinista e desafio qualquer um a provar que minha crença é fajuta e que não há uma Grande Cozinheira.
Se existe um Deus, Ele até parece ser um cara legal, fazendo piadas o tempo todo. Não devíamos julgá-Lo por ter um fã clube tão chato. Se você pensar friamente, acreditar faz todo o sentido, uma vez que, na hipótese dEle existir, você estava certo o tempo todo – e pode até lhe garantir uma vaga no paraíso. Não pra mim, que definitivamente vou pro inferno em qualquer religião.
Às vezes, eu até queria que Deus – qualquer Deus – descesse à Terra e mandasse um “CHUPA!” para todos os ateus; depois Ele também podia se virar para algumas igrejas e pedir “E vocês rezem mais baixo que Eu não sou surdo!”.