Pequena seleção estúpida de mini-contos pessoais empreendedores

Tem a máxima que diz “Trabalhe com algo que você goste e você não terá que trabalhar sequer um dia da sua vida”.

Eu a alteraria para “Trabalhe com algo que você goste e você deixará de gostar daquilo”.

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Pescando uma oportunidade...
Só o título deste texto daria pra abrir uma empresa

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Aí você abre uma empresa com seus amigos mais próximos. E percebe que quando sai com eles agora só fala da empresa. E um dia, num bar, decidem que vão falar de qualquer coisa, menos da empresa. E aí todos ficam sem assunto e levanta-se aquele silêncio constrangedor. E aí você não consegue lembrar do que vocês conversavam antes.

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Aí você começa a pensar que precisa aproveitar os bons momentos e o processo de aprendizagem: Aquele curto período enquanto seu negócio novo ainda não acabou, arruinando sua carreira, destruindo suas amizades e falindo sua família.

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Aí um amigo te liga oferecendo um projeto para desenvolvimento. E ele pergunta o valor da sua hora. E aí você passa o valor da sua hora. E ele reclama que está muito caro e você lembra ele que você tem anos de experiência, que tem experiência internacional na área, que fala cinco línguas e o escambau. E ele responde “Dane-se se você fala francês, alemão, japonês ou klingon! Eu só preciso que você fale Java!”.

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Aí alguém liga no seu celular querendo falar com a Tatiana. É engano. Então você aproveita que já tá falando com alguém e tenta vender o seu produto para a pessoa.

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Aí você gosta de escrever. Então você começa a escrever um livro – porque não, afinal?

Aí você começa o seu livro sem saber direito como ele vai terminar. E o livro vai indo muito bem e você já tá montando o final na sua cabeça. Aí você percebe que tá deturpando a personalidade dos seus personagens e percebe que para ter o final sensacional que pensou no meio do livro vai ter que alterar o começo. Aí você altera o começo. Aí você decide matar um personagem que era irrelevante, mas para dar mais impacto, você começa a adicionar capítulos dele numa preqüência da história. Aí vai tudo ficando mais confuso e todo mundo ficando com cada vez menos personalidade. Aí você vai se desanimando pra escrever, porque precisa revisar seu livro todo desde o começo. Aí você pára de escrever.

Aí você marca um horário na sua semana pra trabalhar no seu livro. Aí nesse horário você escreve sobre a história dos tomates e sobre os motivos pelo qual você não está trabalhando no seu livro. E seu livro tá lá, estagnado.

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Aí você explica pra sua mãe sobre esse monte de projeto que você está fazendo e é por isso que você anda tão ocupado. E sua mãe recomenda que você largue desse monte de idéia estúpida e vá procurar um emprego estável e decente, afinal é pra isso que você estudou nos últimos 20 anos e você tem capacidade de coisa melhor. E você responde que “porra, mãe, você podia ao menos torcer pros meus negócios darem certo” e ela responde que “eu estou torcendo, filho. Mas vai dar tudo errado. Tudo errado.”

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Aí você vai num cliente em potencial que seria importante para o bom andamento do seu negócio. Aí você se atrapalha todo e confunde o seu cliente com você mesmo. É. Foi isso.

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E um dia sua mãe entra na cozinha comentando sobre o garoto de 17 anos que ficou milionário vendendo um sistema pro Yahoo e complementa perguntando “Por que você não inventa alguma coisa que ninguém tenha inventado antes e fica milionário também?”…

Boa idéia, mãe. Boa idéia.

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Fail...

Crítica para encher o saco

Pode ser que seja por força do hábito, mas eu sou a favor do fim das sacolinhas plásticas de supermercado.

Quando eu cheguei em Portugal, descobri que a maioria dos mercados não ofereciam essa regalia gratuitamente. Como meu começo de viagem foi um período de vacas magras (no sentido conotativo da alusão), eu não queria gastar 5 malditos centavos de euro cada vez que precisasse comprar atum e cerveja no mercado, então aprendi a ir fazer compras levando uma sacola plástica previamente adquirida. Por conta de não serem gratuitas, as sacolas plásticas portuguesas eram mais resistentes e podiam ser reaproveitadas mais vezes. E mesmo assim, não havia faltas de sacola em casa para serem enviadas para o lixo (com o devido lixo dentro delas). Em momentos que eu realmente não tinha dinheiro nem para uma sacolinha plástica, eu, todo malandrão, pegava um dos saquinhos da área de hortaliças e metia tudo lá dentro depois de passar pelo caixa.

Costuma ser assim em muitos países da Europa. É considerado um hábito saudável por aqui reaproveitar as sacolas e já é um costume as pessoas levarem suas próprias sacolas de feira quando vão ao mercado fazer compras. Brasileiro gosta tanto de exaltar e importar hábitos e costumes dos europeus… Mas quando aparece um costume minimamente útil, TODOS RECLAMA.

compras
É sempre bom transportar suas compras com segurança