WILLIAM
O príncipe andava de um lado para o outro, inquieto. O fogo crepitava na ampla sala de música de Buckingham, apesar da primavera já presentear a capital do Império Britânico com temperaturas mais quentes e agradáveis. Os três homens na sala estavam em um silêncio tão pesado que era possível ouvir os bêbados de Leicester cantando do lado de fora do palácio. O piso madeirado rangia em determinado ponto, mas era um barulho menos irritante do que as botas reais do príncipe martelando continuamente ao andar pelo longo cômodo. No centro da sala, um tapete persa vermelho e azul abafava seus passos. Vermelho e azul também era a vestimenta do príncipe, de veludo indiano, lhe caindo perfeitamente sobre o peito ferido das batalhas da década passada.
– Acalme-se, William – disse Charles, sentado calmamente numa das poltronas do outro lado da sala, ao lado do piano, bebericando uma pequena taça de brandy.
– Eu estou calmo, pai! – respondeu William, claramente irritado.
O duque de York estava sentado ao lado de Charles. Ele se levantou e serviu duas taças de brandy, deixando uma na mesa e levando outra até o nervoso príncipe:
– Tome um brandy, vai lhe fazer bem – ofereceu Andrew.
– Não quero beber nada! – disse o príncipe, atirando a taça do outro lado da sala.