“Aquele é corredor… só pode ser”; “Olha um grupo de ginástica rítmica do Japão passando ali”; “E mais uma levantadora de peso ali do outro lado, olha!”; “Aquelas dividindo uma salada devem ser do nado sincronizado sueco”…
Sport Guessing foi a minha modalidade favorita nos jogos Olímpicos de Londres. O esporte consiste em andar ali pela região da Vila Olímpica e adivinhar o esporte dos atletas que também estão andando por ali. As dificuldades na popularização da modalidade é evidente: geralmente não há vencedores porque ninguém se dispõem a ir lá perguntar para aquele chinês “você é um especialista em argolas?”
Não se deixe enganar: é uma atividade divertida. Aquele cara correndo só pode ser do atletismo; aquele negão pulando a barreira do metrô faz corrida de obstáculos; uma velha tão puta no metrô é uma treinadora de ginástica sérvia… E toda esportista um pouco mais obesa era considerada uma levantadora de peso, o que fazia do esporte a maior delegação das Olimpíadas, pelas nossas contas.
Foi só depois de identificar o time de basquete da Bulgária que percebemos que os búlgaros não se classificaram no esporte, somente no vôlei. Apesar de não entender direito porque um país manda seu time de basquete para jogar vôlei, eles fizeram um bom trabalho e ficaram em quarto lugar.
Conforme os jogos iam correndo, íamos ficando mais familiarizados com os esportes e aquele gordo ali podia se encaixar também em arremesso de peso ou tiro e aquele casal thailandês se mostra como uma óbvia dupla de Badminton. Já era possível identificar um juiz de vôlei de praia mais caricato e algum colunista esportivo nos ignorando no trem.
Sou a favor da inclusão do Sporting Guessing nas Olimpíadas do Rio 2016. Provavelmente ia ficar mais difícil porque incluiria a atividade como modalidade, adicionando atletas adivinhadores de esporte no bolo da Vila Olímpica. O que não seria possível no Rio de Janeiro é cenas como essas, do time de basquete americano andando de trem e um esgrimista venezuelano expondo seu ouro no metrô londrino: