Futebol Americano

Eu nunca compreendi perfeitamente o futebol americano. As regras são muito complexas e dependem muito de critérios meio subjetivos, que incluem faltas por “força desnecessária” e zonas imaginárias aonde os jogadores podem ou não lançar a bola.

Tal como as mulheres, a apreciação deve ocorrer ignorando-se as partes que não conseguimos entender. Basta saber que a o esporte é uma mistura de pega-pega, sumô e rouba-bandeira. A base dele é a conquista de território, definido por “jardas“, unidade de medida em que cada jarda corresponde a 0,9144 metro.

Superbowl-2010-gay-randal-funny

É visível o crescimento do esporte no Brasil. Dois anos atrás, o futebol reinava absoluto nas notícias desportivas brasileiras. Hoje em dia, o futebol americano e o UFC dividem a preferência nacional. A excelente transmissão da ESPN ajuda muito no gosto pelo esporte, principalmente nas transmissões de Everaldo Marques com Paulo Antunes, onde os narradores conversam de tudo, até mesmo de futebol americano.

Paulo Mancha, um dos comentaristas da emissora, ironicamente já havia até declarado seu desprezo pelo esporte estadunidense, enquanto atuava como vocalista da Banda Tubaína:

Mudaram o nome do esporte bretão
O futebol pra eles é brincadeira de mão
Um monte de marmanjos se dando porrada
Correndo atrás de uma bola amassada

(Bauru vs Big Mac ~ Tubaína)

(entrevista com Paulo Mancha)

O nome do esporte realmente não faz sentido. Egghand seria um nome mais apropriado, afinal, o pé é usado em pouquíssimos momentos, e, digam o que quiserem, aquele artefato oval de couro não devia ser considerado uma bola.

Ultimamente, tenho até comparecido no Parque Villa Lobos nos domingos de manhã para a prática recreativa do esporte. Visando manter-nos minimamente saudáveis e com os ossos tão inteiros quanto possíveis, o jogo dominical com os amigos elimina boa parte da violêncial da liga americana, através de um sistema de jogo composto por “flags“. Assim, um pedaço de pano fica pendendo dos bolsos dos jogadores. Ao invés de serem derrubados com brutalidade, o jogador de defesa puxa o pano do adversário – que precisa ser parado. Nesse momento, a jogada pára, o jogador defensor grita “CAI!” e o atacante se lança loucamente ao chão, sem a necessidade de uso desmedido de força.

Apesar de não entender perfeitamente e de começar a acompanhar a NFL só a partir dos playoffs, eu me divirto loucamente com o esporte. Muitos jogos têm viradas espetaculares nos últimos segundos de partida e finais emocionantes.

Comecei a torcer para o 49ers em 2009, durante uma ida a trabalho para San Francisco. Assistir a vitória do time contra o Saints no começo do ano passado consolidou os quarenta e novers como meu time do coração e é pra eles que eu vou estar torcendo no domingo, no Superbowl, a final do campeonato americano e o evento esportivo mais importante do ano nos Estados Unidos. O domingo da “Grandebacia” só perde para o Thanksgiving em consumo de comida e a segunda seguinte é a que as empresas reportam o maior número de ligações para reportar ausência no trabalho por conta do empregado não estar se sentindo bem – cerca de 5% a 6% da força trabalhista americana falta, o que corresponde a cerca de 7 milhões de pessoas.

Esta semana, o futebol americano concentrará minhas atenções. Apesar de nunca conseguir captar completamente a minha compreensão.