Bullying não é novidade nenhuma. O patinho feio já sofria na história de Hans Christian Andersen, publicada em 1843.
Então porque diabos virou moda falar mal do bullying só agora?
Até mesmo o ilustríssimo senador Roberto Requião reclamou que sofria bullying da empresa por ter sido perguntado sobre a aposentadoria de R$24 mil que recebe como ex-governador:
“Acho que é um momento correto para resolvermos esse problema e acabarmos com o abuso, com esse verdadeiro bullying que sofremos, nós, os brasileiros, parlamentares ou não, nas mãos de uma imprensa, muitas vezes, absolutamente provocadora e irresponsável”
Pronto! Virou desculpa pra tudo:
Se um maluco entra numa escola e mata uma dezena, é culpa do bullying. Se a Lady Gaga é louca e se veste de restos de lixo, é porque jogaram ela lá na infância. Se os atentados terroristas de 2001 tivessem ocorrido hoje, tenho certeza que a ação seria atribuída a algum bullying que Bin Laden sofria.
Por essa frescura toda que eu apóio totalmente ações como o StreetBullying, que é um novo esporte que mistura Le Parkour com bullying. Tinha que ser olímpico isso aí! (via @ulissesmattos)
Sem essa criminalização do bullying. Deixem de ser chatos. Eu sou capaz de elaborar rapidamente uma lista com grandes figuras públicas incentivadoras do bullying:
- Pica-Pau
- Jack Sparrow
- Cebolinha
- Caco Antibes
- Milton Neves
- Pernalonga
- Vampeta
- Steve Jobs
- Chiquinha
- Didi Mocó
- Seleção brasileira de 1994
- Coringa
- Irmãos Weasley
- Faustão
- Charlie Sheen
- Silvio Santos (chupa, Maísa)
- Wolverine
- Punky Brewster
- Chandler Bing
- Jesus Cristo
- Ronald Golias
- internet
Nem tudo é bullying! Contenham os excessos, mas ninguém quer que a Turma da Mônica faça historinhas assim:
Eu sinceramente espero que meus filhos ainda possam crescer numa escola aonde consigam ofender e serem ofendidos sem essa viadagem de vilanização do bullying. Onde os recreios são divertidos. E que aprendam a conviver com as piadas, se necessário.