Se o amor fosse motivo de estudos, ele teria que ser uma matéria à parte. Uma matéria multidisciplinar, na verdade.
Porque o amor é matemática: é cheio de igualdades e desigualdades e, no fundo, ninguém entende mesmo. É descobrir que 1+1 pode resultar em uma multiplicação incalculável; e descobrir que 1-1 pode resultar em tudo o que você tem dividido por dois. É descobrir que o infinito tem um fim e que o eterno um dia acaba.
O amor é cálculo: É se integrar para ver se algo deriva daquilo. E, se o amor for derivada, então eu sou o ex.
Amor é Física: é saber que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, mas tentar mesmo assim. É um evento físico: tem o físico de um, o físico da outra.
Amor é Biologia: puro Darwinismo; não passa de necessidade fisiológica para garantir a evolução da espécie. É um estudo de anatomia (anatomia alheia, de preferência). São pupilas dilatadas, coração batendo forte, frio no estômago.
Amor é Química: é dopamina, é feniletilamina, é ocitocina… só não coloca química demais senão a reação explode. Pra amor precisa rolar química. Química e Biologia é sexo; mas sexo não é necessariamente amor.
Amor é Geometria: é saber que em todo triângulo amoroso há uma besta quadrada; é estar redondamente enganado. É saber que é possível formar uma reta por causa de curvas. É entender que a menor distância entre dois pontos não tem nada a ver com o sistema métrico.
Amor é Educação Física: no fim, todos estão suados e cansados. E, assim como na Educação Física eu sou sempre o último a ser escolhido.
Amor é História: história impossível de se escrever sozinho. É história de guerras, de uniões, de batalhas. De épocas, personagens e lugares.
Amor é Geografia: porque o amor remove montanhas, apesar de que geralmente deixa um buraco no lugar.
Amor é Direito. E espera o amor acabar pra você ver o que os advogados vão fazer com você.
Amor é Estatística: às vezes a gente tem que fazer uma média por causa de alguns desvios.
Amor é Jornalismo: notícia tão cotidiana que não tem nem como ser matéria de capa. No máximo uma manchete. A não ser nas revistas de celebridade, mas mesmo aí dá pra saber toda a história no lead. É pura questão de quem deu o furo. Se vira notícia popular é geralmente no caderno policial.
Amor é Português. É Fernando Pessoa, é Machado de Assis, é Eça de Queiroz. E é piada de português também, afinal o amor é burro pra caralho.
Amor é Inglês, Alemão, Francês, Espanhol… É línguas e é encontro de línguas. é um “Ich te quiero beaucoup, my dear!”…
Amor é Arquitetura: precisa de uma base sólida. Mas diferente da arquitetura, o amor não se importa se tem um pé direito alto – só se incomoda se tiver um pé direito frio.
Amor é Música: é música clássica, que nos acalma e preenche. Paixão é rock. Sexo é funk. Traição é sertanejo.
Amor é Computação: por mais que você estude, nunca vai entender. Não faz sentido. Só vai acabar lhe proporcionando algumas noites sem dormir e diversos problemas para pensar.
Amor é Administração. É isso… Entenda essa frase como quiser.
Amor é Medicina: então vamos brincar de médico, SUA LINDA!
Amor é Culinária: às vezes doce, às vezes apimentado, mas nunca pode ficar sem sal.
Amor NÃO é Economia: fica sem amar que aí sim você vai ver a economia.
Amor é Engenharia: depois que você conhece, passa a ver o mundo com outros olhos; tudo parece fazer sentido. Até que, depois de um tempo de prática, começam a aparecer aqueles problemas que fazem você perceber que nada daquilo faz sentido de verdade. Mas até aí você já depositou demasiado tempo, dinheiro e dedicação para abandonar agora, então você continua.
Amor é Moda; e como toda moda, é passageiro. E quando passar, você vai olhar suas fotos antigas e pensar “Porra, que vergonha! Não acredito que eu saía de casa com isso!”.
Amor é Rádio, é Televisão, é Cinema, é Literatura.
Amor é bullying. E é bolinar.
Amor é uma chatice quando precisa ter provas. Mas é legal quando tem uma prova surpresa. E é a surpresa de ter uma prova oral.
Amor é coisa que eu nunca vou entender. É matéria que a gente continua bombando mas sempre vai atrás pra tentar fazer de novo. É a nossa eterna DP. É pensar que todos os seus antigos professores eram uns bostas, mas em algum momento perceber que você aprendeu algo único com cada um deles. Porque o amor não tem mestrado, doutorado, PhD… Todos somos professores e alunos de matéria que não se ensina. Mas que é legal pra caramba tentar aprender.