Hoje eu acordei com saudades de você / beijei aquela foto que você me ofertou a cabeça cheia de pensamentos. Eles ficaram correndo de um lado pro outro, se jogando contra a parte interior de minha testa, acendendo fogueiras e chutando outras partes vitais do meu cérebro, como aquelas responsáveis pela coordenação motora… Eu não tive mesmo muita alternativa a não ser colocar todos eles em algum lugar.
Eu não me responsabilizo pela sua leitura daqui pra frente.
Teoria da Lois Lane partida ao meio
Teoria criada pelo físico Jerry Shuster, lá pela metade da década de zero. Obscura, mas muito aceita no meio científico, ela estabelece que o homem comum consegue aceitar de 12 a 17 absurdos de ficção científica antes de criticar um item obsoletamente imbecil da história.
“Isso é impossível! Ninguém conseguiria manter o equilíbrio assim enquanto atira com arco e flecha em cima de uma corda bamba!”
“Cara, quantos elfos você já viu atirando?”
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“Eu não entendo… se sangue de unicórnio cura tudo, porque não cura o próprio unicórnio antes dele morrer?”
“Pra começar, unicórnios não existem!”
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“Porra! O cara nunca poderia ser visto desse ângulo na Bahia se ele é visto daquele ângulo em Foz do Iguaçu”
“Bicho… Você tá falando de um Faustão de 9 quilômetros de altura!”
Princípio da Conveniência
Estabelecido com base na Teoria da Lois Lane partida ao meio, este princípio é muito difundido em estúdios de entretenimento e visa ignorar qualquer crítica a qualquer coisa com base no argumento de que “seria imensamente conveniente”
“Porque o Hulk quando fica forte acaba rasgando toda a roupa, menos as bermudas?”
“É conveniente! Senão os ilustradores iriam ter que começar a desenhar o saco do Hulk ou procurar outra forma de cobrir suas vergonhas!”
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“Porque os cobertores nas novelas sempre cobrem os homens até a cintura e as mulheres até os peitos?”
“É conveniente! Para poder transmitir a novela antes das 22h!”
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“Porra! Como o cara consegue crescer tanto e a roupa dele vai crescendo junto?”
“Bicho… Você tá falando de um Faustão de 9 quilômetros de altura!”
“Porra, Lennon! Já falei pra você não trazer a Yoko Ono, cacete! Tira ela daqui!”
disse Ringo Starr, durante outra suruba entre os Beatles.
Feliz dia dos jornalistas!
Filmes 3D antes de Avatar
O primeiro filme exibido em 3D foi em 1983. Uma produção de James Shromp que não precisava de óculos especiais para ser vista em 3 dimensões. Apesar disso foi um retumbante fracasso – em parte porque o 3D do filme era composto de forma semelhante ao 3D daqueles livros de nossa infância e os telespectadores rapidamente cansavam de ficar se aproximando e distanciando da tela.
Meu pai reclama tanto com a TV que um dia ela respondeu pra ele.
Ah… Essa cabia no meu twitter. Porque eu gastei ela aqui ao invés de lá?
Wallysmos
O 17º livro “Onde está Wally” veio com um poster especial para comemorar o número. Era um pôster especialmente tematizado com a “Queda da Bastilha”, com quase um metro quadrado para procurar as coisas. Porém, devido a um descuido na produção do mesmo, os editores acabaram esquecendo de adicionar o próprio Wally ao pôster.
Curiosamente, durante anos, ninguém percebeu. As únicas reclamações que chegaram à editora foram de leitores dizendo que não estavam encontrando o “Homem de Ferro” quando o certo era procurar o “Homem da máscara de ferro” e alguns outros que, no item “Encontrar o Rei Sol” estavam procurando Hórus ao invés de Luis XIV (um deles estava até procurando o mascote da “Ri Happy”). Também houve uma reclamação de que os franceses do item “Grupo de franceses dançando polka” pareciam mais estar dançando frevo.
O fato de ninguém ter notado a ausência de Wally fez o astrônomo especialista em origamis Oswaldo Handfiat desenvolver o princípio dos Wallysmos. Nas palavras do próprio Handfiat: “Wallyce é quando alguém é julgado personagem principal de alguma coisa mas desempenha um papel tão figurativo que sua ausência não faz a menor falta.”
As wallyces estão constantemente presentes em nossas vidas. São exemplos: novelas da Globo; todo episódio de Lost centrado na Kate; a banda Guns n’ Roses; o presidencialismo.
O misterioso reino de Morfeus
O cientista Ovídio Cowice é reconhecidamente um fracasso em suas pesquisas relacionadas a distúrbios do sono (e porque não dizer também “distúrbios dos sonhos”).
A primeira grande tragédia de sua vida de pesquisador foi um inconclusivo estudo sobre o porquê dos despertadores sempre tocarem alguns segundos antes do clímax de nossos sonhos. Após milhões de dólares e anos de pesquisa, Cowice não conseguiu chegar a nenhum resultado. Tentando salvar sua carreira, ele aproveitou os estudos já iniciados para desenvolver um trabalho sobre sonhos contínuos – aquelas vezes que sonhamos algo, acordamos e voltamos a dormir esperançosos que o sonho continue para poder ver o desfecho dele. O estudo ia bem, até que um dia Cowice sonhou que tinha ganho uma viagem de barco mas acordou antes de poder desfrutá-la. Na noite seguinte ele retomou o sonho, mas ficou desapontadíssimo por não conseguir viajar, já que seu ticket tinha ficado no outro sonho.
Após uma discussão com a polícia que durou a noite toda (os policiais não conseguiam entender que o ticket do outro sonho devia valer nesse também), Cowice acordou tão cansado e desapontado que abandonou a ciência para se dedicar ao apiculturismo.
Enfim… divago…
E vou me lembrar de nunca mais ler “A Hortaliça” antes de dormir